23 de julho de 2008

Náutica



São portos e milhas,
cascos e quilhas,
brisa e tormento.

São velas e proa,
Sal e garoa,
firmamento.

Coração de marujo é assim.
Uma nau pra levar saudade,
ele, o mar,
e só.


Delicadeza do caos



Ora, os meus demônios são meus!
Os analistas que encontrem os deles...


3 de julho de 2008

Apontameto



E às coisas que toco e vejo, ouso dizer que já foram vistas e tocadas diversas outras vezes, em diversas outras vidas.
Paro, de súbito, em frente às portas marcadas de minhas mãos e me inclino a acreditar, numa certeza breve porém incisiva, serem as mesmas portas que ainda há pouco eu rabiscava, menino, com ceras coloridas.
Me abraça um hiato incômodo, como que se me subtraíssem alguns valiosos anos; as minhas crônicas cotidianas.
Deixo passar.
De certo é meu senso que fraqueja.
A velhas portas continuam vivas
e coloridas (sabe-se lá por quem).