17 de dezembro de 2008

Lembrete



Na sombra da figueira,
na calma da goteira.
Lembra desse tempo, amor,
na fresta da madeira.

Na voz da padroeira,
na chuva criadeira.
Tira a fantasia, amor,
no pó da quarta-feira.

Na brisa derradeira,
em tudo mais que queira,
leva do teu lado, amor,
meu verso e minha maneira.


3 de dezembro de 2008

Espelho d'água



De sorte foram ventos calmos
que nos visitaram no cais.
E a tempestade,
que cedo ou tarde tem lugar,
é o mesmo vento que outrora manso,
agora em fúria vira o mar.
Porque não há vida sem haver o pão.
Porque não há no mundo
amor amado em vão.