10 de maio de 2008

Foz



Me sento às margens do seu rio calmo,
a contar as gotas que pela sombra dos meus pecados
se abraçam e se multiplicam em valsa.
É um rio claro e raso, e a beleza insuportável que tem,
amortece a vazão feroz com que me escapam
as sinceridades molhadas que colhi dos seus olhos,
enquanto chorávamos
nossos rios de gotas abraçadas.


Um comentário:

Alessandra Guimarães disse...

Procurando e vagando em qualquer miragem, como se recolhesse nossos "pedaços" . Na procura da cura para loucura. Aqui ou noutro lugar a alma irá encontrar abrigo, ainda que distante.
O corpo acomoda-se, não ousa nunca.Tudo dura tanto e ainda é tão pouco. O começo é para sempre...