7 de agosto de 2008

Maybe tomorrow



Há sempre aqueles dias mergulhados no calor cinza,
em que todas as brisas, seqüestradas,
se agaixam e se escondem dos rostos pálidos.
Em que os olhos não revelam mais nada.
Dias em que os nossos rabiscos se derramam desformes
por entre as calçadas.
Dias de esquecer.
Nesse quadro de velocidade pouca,
em que o esforço do sorriso trinca os dentes,
e a comédia infernal do tempo fecha suas cortinas,
é a hora de morrer.
Encerrar uma vida fosca, profetizar o recomeço.
Porque todo dia se nasce e morre,
num desespero sádico, ávido por algum sentido,
alguma diferença.
Porque assim se constrói a mecânica de quem se vê aqui,
onde os olhos não revelam mais nada.


Um comentário:

Alessandra Guimarães disse...

"...Porque todo dia se nasce e morre,
num desespero sádico, ávido por algum sentido,
alguma diferença."


busca eterna!!!
muito bom como sempre!!!
Bjo Nin