9 de novembro de 2009

Boa noite amigo



Escrevo-lhe por nada.
Aliás, mentira minha...

Escrevo porque sinto - hoje como sempre,
um certo sentimento de desarranjo.
Em verdade, uma saudade de ter com meus amigos,
de vê-los e abraçá-los com verdadeiro afeto e alegria,
e roubar-lhes, como de praxe,
tudo aquilo que me alimenta a alma.

Embora saiba que também o sabes,
tenho por bem deitar novas linhas para dizer
do que tantas outras vezes foi dito sem palavras,
apenas com olhares, sorrisos,
gargalhadas e, por eventualidade,
algumas lágrimas.

É que hoje, mais uma vez
das incontáveis que vieram e virão,
sinto no peito o vácuo do tempo de solidão.
Não porque tenham meus amigos me esquecido,
ou porque se esmoreçam
na bruma da memória.

De fato, me sei um eterno carente de almas de luz.
Tenho a sólida certeza que,
ainda que além do alcance dos meus braços,
estão todos eles em roda e festa
no meu peito e na memória.

E apesar do silêncio,
saibam todos os meus amigos
que os carrego comigo, sempre,
com a candura e leveza
que me emprestam e que,
por necessidade,
faço de morada.

Amo-os todos,
com afinco e zelo.

2 comentários:

Primo disse...

Já tive saudade de nossos velhos tempos de criança,
não tão velhos assim, mas vívidos e clara a transposição de tempo que correra.
já visitei caminhos, que outrora estávamos em cia de nossas puras almas alegres, agora sozinho;
já quis chorar e procurar sua ajuda, e não sei por que não o fiz;
já fiz papelão e deixei de mostrar o quanto sua amizade importava, nas pequenas e grandes coisas;
já tentei fazer que estas letras estivessem aqui por vezes, mas não saíram.
E de fato sabe o que me importa?
Nada disso.
Importa criar e deixar claro o que quero.

Cacei palavra, fuxiquei sentimento, memória.
Ri sozinho e chorei mais por não achar definição.
Cheguei a conclusão que você é a parte de mim que desconheço.
Desconhece? Podes perguntar com certa descrença.
E afirmo: Sim, desconheço.

Não há sentido que consiga palpar um mundo a parte.
È sobre-humano.
È parte do universo que foi permitida apenas viver.
Não consigo superar este mar de sentimentos e talhar na pedra.

È como pedir ao poeta para definir o amor.
Ele pensa que o conhece e tenta abordá-lo, mas sabe que foi consumido e projetado em uma dimensão infinitamente maior que ele.

Assim o vejo.
Eu vejo e defino o amigo, mas o desconheço. A frequência de projeção desta amizade é maior do que a minha estrutura léxico-gramatical-lógica-racional.

È como a gota d'agua pingando diariamente sobre uma rocha.
A fonte não seca e os pingos moldam os contornos.

A forma encontrada de dizer foi com a linguagem da vida, mais díficil e complexa, parecendo ser algo distante e indecifrável. Mas como a gota d'agua segue moldando os tempos.

Escrever pra ti sempre vai ser algo inacabado. Será o saldo de incontáveis pulsos de um coração - contados de presença ou não.

Nesta palavra sim, vejo cabível uma rigidez material: Orgulho, Altivez
Daquele de encher o peito, abrir um sorriso largo e se dar por satisfeito por ter alguém como você ao lado.

E depois, de tanta coisa a se dizer, o que de fato importa é simples.

Te amo amigo - "Sócioatleta"
Condiscípulo estradeiro - IRMÃO.

Primo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=4cQH-UWRcPE&feature=player_embedded

" De alma desarmada..."