Quis um samba carinhoso
pra te dar em homenagem,
quis um samba de garagem
que rolasse devagar.
Quis que fosse alegoria,
pra você porta-bandeira
se vestir de ouro inteira,
qual laranja no pomar.
Quis então falar de amor,
mas foi forte o nevoeiro
e quebrou o meu pandeiro,
ficou nada no lugar.
Quarta-feira despedida,
caio morto de cansaço
na beirada do terraço,
coração de batucar.
Nesse meu samba chorão,
não vai ser o nevoeiro
nem a falta do pandeiro.
Pra cuíca reclamar.
A mulata do cordão,
quarta-feira quero ver
com os olhos de querer:
carnaval há de voltar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário