3 de janeiro de 2008

Bamba de gaveta



Quis um samba carinhoso
pra te dar em homenagem,
quis um samba de garagem
que rolasse devagar.

Quis que fosse alegoria,
pra você porta-bandeira
se vestir de ouro inteira,
qual laranja no pomar.

Quis então falar de amor,
mas foi forte o nevoeiro
e quebrou o meu pandeiro,
ficou nada no lugar.

Quarta-feira despedida,
caio morto de cansaço
na beirada do terraço,
coração de batucar.

Nesse meu samba chorão,
não vai ser o nevoeiro
nem a falta do pandeiro.
Pra cuíca reclamar.

A mulata do cordão,
quarta-feira quero ver
com os olhos de querer:
carnaval há de voltar.


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