29 de abril de 2007

Pirraça da beleza rala

Hoje não quero escrever. Só escrevo se for pra falar de coisas alegres, coisas que cheiram a sábado de manhãzinha. Só se for pra falar de como eu e o pai fazíamos nossas próprias pipas, e como elas nunca voavam: a gente gostava mesmo era do sorvete no final. Só escrevo se puder lembrar das horas de estrada pra chegar na roça. De como o café cheirava a casa toda de manhã, e havia orvalho em tudo que era folhinha; e como escorria felicidade de tudo. Não vou pôr linha alguma, se não for pra dizer das tarde laranjo-vermelhas fotográficas, ou das manhãs frias em que o ar ainda gela o peito e a ponta do nariz da gente; de como é bom acordar antes do relógio pra dormir mais um pouquinho, de como o olhar daquela mulher é sempre mais brilhante e lisérgico que os olhares das outras que não amamos. Ainda. Se não for assim não vou. Porque hoje... Hoje não quero escrever.

Um comentário:

Alessandra Guimarães disse...

tem um que de saudosismo neste texto, não sei se de sua parte, mas foi o que senti qdo li....sei lá, senti...

Bjuuuuu
Lê luzinha