9 de maio de 2007

De composição

Ele fez verso, fez prosa, causou boa impressão, morreu. Morreu como morre todo animal: fixou o olhar, teve sono e frio.
Confirmou a seqüência irônica e pavorosa da existência. Chegou ao fim. Morreu porque versou,
por que viveu. A carne dos poetas é dura;
e assim talvez se livrasse dos vermes e sozinho apodrecesse.
Ainda versa, versos agora podres como ele poeta.
Poeta podre, poeta verme.
Poeta sozinho.

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