Não escrevo pras coisas que vejo
ou pras que me cegam.
Pelas que me escondem,
nem pras que revelam.
Escrevo sim, pras coisas novas.
Novas em cheiro e sabor.
Claras na forma
e nuas na cor.
Não me atreveria a rabiscar
o tom das coisas reais,
nem a roubar-lhes a palavra,
o verbo cru.
Seria pretensão me fingir poeta,
me querer ladrão.
Ser anfitrião
dessa letra quieta.
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