17 de dezembro de 2007

Confessionário



Não escrevo pras coisas que vejo
ou pras que me cegam.
Pelas que me escondem,
nem pras que revelam.

Escrevo sim, pras coisas novas.
Novas em cheiro e sabor.
Claras na forma
e nuas na cor.

Não me atreveria a rabiscar
o tom das coisas reais,
nem a roubar-lhes a palavra,
o verbo cru.

Seria pretensão me fingir poeta,
me querer ladrão.
Ser anfitrião
dessa letra quieta.


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